Preconceito dentro do meio LGBT: HETERONORMATIVIDADE

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Há quem diga que LGBT só sofre preconceito fora do meio. Errado! Dentro do meio também existem “n” tipos de preconceitos. Um dos que mais tem ganhado destaque é a heteronormatividade. Afinal, o que seria heteronormatividade? Simples, é um preconceito composto pela imposição de padrões heteronormativos em gays, lésbicas e bissexuais que não são “discretos”.

Observado na maioria das vezes em aplicativos de relacionamento (Scruff, Grindr, Hornet e etc), é notório que quem mais é vítima disso são os homens gays cis e trans. De cada 10 perfis, 7 tem estampado na sua descrição: macho discreto e não curto afeminados. Às vezes me pergunto se é realmente necessário se auto afirmar discreto, pois, trata-se de forma de expressão e cada um tem a sua. Vale ressaltar também que, a heteronormatividade não deve ser confudida com gosto.

Esse discurso de que gay tem que ser discreto vem acompanhado com uma dose de machismo e misoginia, na qual, todo aquele que se aproxima do gênero feminino seja em forma de se vestir, falar ou andar é considerado escória do movimento. E o mais atraente seria aquele que fosse másculo, viril e sem nenhum trejeito. Sem sombra de dúvidas essa “cagação” de padrões foi aprendida na sociedade, que desde cedo te ensina homem com trejeitos femininos ou mulheres com trejeitos masculinos são coisa do diabo.

Porém, o que muitos não sabem é que se hoje você pode dizer aos quatro cantos do mundo que é gay foi por causa dos afeminados, as drags, travestis e trans que deram a cara a tapa na sociedade pra você ter seus direitos garantidos. Obviamente que a luta por direitos não cessou. Há muita coisa pra se conquistar ainda.

Ao falar desse tema lembro-me de quanto preconceito sofri por apresentar trejeitos e de o quanto é necessário a discussão de gênero nas escolas. Me chamavam de bichinha, mulherzinha, boiola e outras monstruosidades. Minha infância e adolescência não foram as melhores mas tive meus momentos bons, como também tive meus momentos de auto descoberta.

Por me portar positivamente a favor dos LGBTS eu acho inadmissível que exista preconceito dentro do meio. Contudo, é necessário saber conviver com tais adversidades de opiniões e gostos sem desrespeitar o próximo. Recentemente foi visto que unidos somos mais fortes e que assim seja. Mais união e menos desunião. Seja você pintosa, discreto, poc poc, acima de tudo não é melhor e nem pior que ninguém por ser o que é, viva e se expresse como se sente melhor. A REVOLUÇÃO É DAS AFEMINADX!

1 comentário

  1. Eduardo Sampaio · julho 16, 2015

    Plausível seu texto, lembro-me de uma passagem da minha vida onde, no interior do estado onde eu morava, meus próprios amigos discriminavam-me por ser assumido em casa, logo, eu não tinha frescuras em chamar minha mãe, amigas, meninas em geral de mermã…

    Geralmente, isso é pior em cidade pequena, onde o próprio meio se auto discrimina, às vezes, este grupo de bichinhas incubadas tem vergonha de aparecer na sociedade com amigas pintadas, diga-se de passagem, as mais legais do grupo, divertidas, em sem muitos rodeios.

    Lucas, continuei com suas batalhas, não se deixe por vencer por causas de barreiras. Muito bom seu texto. Tomara que abra a mente de muita gente do meio e que nos unamos para vencermos esse dilema juntos.

    Um beijo.

    Eduardo Sampaio

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